Noções de Morfologia. Grau do substantivo.
LIÇÕES DE PORTUGUÊS
1 – TEMA: Noções de Morfologia. Grau do substantivo: normal, aumentativo e diminutivo. Mudança de sentido do substantivo no grau aumentativo ou diminutivo sintético.
2 – PRÉ-REQUISITO: Ler compreensivamente.
3 – META: As atividades deste Roteiro visam oferecer condições de aprendizagem sobre a formação e uso do grau do substantivo.
4 – PRÉ-AVALIAÇÃO: Se você já tem algum conhecimento a respeito do assunto deste Roteiro, responda à Auto-avaliação que se encontra no final deste livreto. Se você obtiver um mínimo de 80 pontos, parabéns! Você não precisa estudar esta lição. Caso contrário, aconselho-o a ler os textos, procurando entender as explicações dadas.
5 – ATIVIDADES DE ESTUDO: Ler com entendimento é pré-requisito para se aprender qualquer coisa através da leitura. Por isso, leia o texto do ANEXO A para treinar sua interpretação. Embora a leitura dos anexos em si seja também interpretação de texto, ela é voltada para uma finalidade mais específica, que é a aprendizagem dos conceitos gramaticais. O texto do Anexo A é mais genérico e serve de treinamento para a compreensão geral da língua. Portanto, faça o seguinte:
a. Tenha um dicionário de Português ao seu alcance, para consultá-lo sobre as palavras que você desconhece o significado.
b. Procure um lugar sossegado para ler os textos e fazer os exercícios. Leitura é uma atividades que necessita de concentração e ambiente adequado, sem barulho.
c. Leia primeiro o texto; faça, em seguida, os exercícios; compare suas respostas com o gabarito; veja o que errou e retorne ao texto para verificar o porquê do erro.
6 – PÓS-AVALIAÇÃO: Após realizar todas as atividades previstas e quando você tiver certeza de que aprendeu o conteúdo deste Roteiro, responda à Auto-avaliação. Você deverá obter, no mínimo, 80 pontos para se considerar APTO nesse assunto.
7 – ATIVIDADES SUPLEMENTARES: Se você não atingiu os padrões exigidos neste Roteiro, refaça a leitura e os exercícios até ter certeza de não haver mais dúvidas e responda à Auto-avaliação.
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ANEXO A – Interpretação de texto
Você há de se perguntar o porquê da minha insistência a respeito do uso do dicionário em todos os Roteiro de Estudo. Vou explicar.
Como você deve saber, uma mesma palavra pode ter significados diferentes. Portanto, só no contexto em que foi empregada é que podemos determinar o seu sentido exato e, então, escolher um sinônimo que lhe caiba adequadamente naquela situação.
Ao procurar no dicionário o significado de palavras desconhecidas, é importante lembrar que ele apresenta, geralmente, mais de um sinônimo para cada palavra e que, por isso, temos de verificar qual deles se enquadra no contexto em questão.
Leia o texto abaixo, com atenção, e você verá o que pode acontecer caso não se tenha o cuidado de escolher, no dicionário, um sinônimo que realmente se enquadra em determinado contexto.
PLEBISCITO
(Artur Azevedo)
1. A cena passa-se em 1890.
2. A família está toda reunida na sala de jantar.
3. O senhor Rodrigues palita os dentes, repimpado numa cadeira de balanço. Acabou de comer como um abade.
4. Dona Bernardina, sua esposa, está muito entretida a limpar a gaiola de um canário belga.
5. Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se a olhar para o canário. Ele, encostado à mesa, os pés cruzados, lê com muita atenção uma das nossas folhas diárias.
6. Silêncio.
7. De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta:
8. – Papai, o que é plebiscito?
9. O senhor Rodrigues fecha os olhos imediatamente para fingir que dorme.
10. O pequenos insiste.
11. – Papai?
12. Pausa.
13. – Papai?
14. Dona Bernardina intervém:
15. – Ó seu Rodrigues, Manduca está lhe chamando. Não durma depois do jantar que lhe faz mal.
16. O senhor Rodrigues não tem outro remédio senão abrir os olhos.
17. – Que é? Que desejam vocês?
18. – Eu queria que papai me dissesse o que é plebiscito.
19. – Ora essa, rapaz! Então tu vais fazer doze anos e não sabes ainda o que é plebiscito?
19. – Se soubesse não perguntava.
20. O senhor Rodrigues volta-se para dona Bernardina, que continua muito ocupada com a gaiola:
21. – Ó senhora, o pequeno não sabe o que é plebiscito!
22. – Não admira que ele não saiba, porque eu também não sei.
23. – Que me diz?! Pois a senhora não sabe o que é plebiscito?
24. – Nem eu, nem você: aqui em casa ninguém sabe o que é plebiscito.
25. – Ninguém, alto lá! Creio que tenho dado provas de não ser nenhum ignorante!
26. – A sua cara não me engana. Você é muito prosa. Vamos: se sabe, diga o que é plebiscito! Então? A gente está esperando! Diga!…
27. – A senhora o que quer é enfezar-me!
28. – Mas, homem de Deus, para que você não há de confessar que não sabe? Não é nenhuma vergonha ignorar qualquer palavra. Já outro dia foi a mesma coisa quando Manduca lhe perguntou o que era proletário.Você falou, falou, e o menino ficou sem saber!
29. – Proletário, acudiu o senhor Rodrigues, é o cidadão pobre que vive do trabalho mal remunerado.
30. – Sim, agora sabe porque foi ao dicionário: mas dou-lhe um doce, se me disser o que é plebiscito sem se arredar dessa cadeira!
31. – Que gostinho tem a senhora em tornar-me ridículo na presença destas crianças!
32. – Oh! Ridículo é você mesmo quem se faz. Seria tão simples dizer: - Não sei Manduca, não sei o que é plebiscito, vai buscar o dicionário, meu filho.
33. O senhor Rodrigues ergue-se de um ímpeto e brada:
34. – Mas se eu sei!
35. – Pois se sabe, diga!
36. – Não digo para não me humilhar diante de meus filhos! Não dou o braço a torcer! Quero conservar a força moral que devo ter nesta casa! Vá para o diabo!
37. E o senhor Rodrigues, exasperadíssimo, nervoso, deixa a sala de jantar e vai para o quarto, batendo violentamente a porta.
38. No quarto havia o que ele mais precisava naquela ocasião: algumas gotas de água de flor de laranja e um dicionário…
39. A menina toma a palavra:
40. – Coitado do papai! Zangou-se logo depois do jantar! Dizem que é perigoso!
41. – Não fosse tolo, observa dona Bernardina, e confessasse francamente que não sabia o que é plebiscito!
42. – Pois sim, acode o Manduca, muito pesaroso por ter sido o causador involutário de toda aquela discussão: pois sim, mamãe, chame papai e façam as pazes.
43. – Sim! sim! façam as pazes! Diz a menina em tom meigo e suplicante. Que tolice! Duas pessoas que se estimam tanto zangarem-se por causa do plebiscito!
44. Dona Bernardina dá um beijo na filha e vai bater à porta do quarto:
45. – Seu Rodrigues, venha sentar-se; não vale a pena zangar-se por tão pouco.
46. O negociante esperava a deixa. A porta abre-se imediatamente. Ele entra, atravessa a casa e vai sentar-se na cadeira de balanço.
47. – É boa! brada o senhor Rodrigues depois de largo silêncio; é muito boa! Eu! Eu ignorar a significação da palavra PLEBISCITO! Eu!…
48. A mulher e os filhos aproximam-se dele.
49. O homem continua num tom profundamente dogmático.
50. – Plebiscito…
51. E olha para todos os lados a ver se há por ali mais alguém que possa aproveitar a lição.
52. – Plebiscito é uma lei decretada pelo povo romano, estabelecida em comícios.
53. – Ah! Suspiraram todos aliviados.
54. – Uma lei romana, percebem? E querem introduzir no Brasil! É mais um estrangeirismo!…
Marque com um X o sinônimo da palavra ou expressão sublinhada.
1. Em: “… lê com muita atenção uma das nossas folhas diárias.” (par. 5), a expressão em negrito significa:
a. ( ) jornais b. ( ) trabalhos escolares c. ( ) papeis d. ( ) contas da família
2. A frase: “O senhor Rodrigues não tem remédio senão abrir os olhos.” (par. 16), pode ser entendida como “O senhor Rodrigues…
a. ( ) não encontra alívio para o seu sofrimento.
b. ( ) não tem outra solução a não ser abrir os olhos.
c. ( ) não tem jeito para abrir os olhos.
d. ( ) só encontrou um medicamento para o seu mal
3. Em: “Não admira que ele não saiba…” (par. 22), a expressão em negrito pode ser entendida como:
a. ( ) é admirável b. ( ) não causa espanto c. ( ) não se admite d. ( ) é incompreensível
4. Em: “Você é muito prosa.” (par. 26) a palavra em negrito significa:
a. ( ) vaidoso b. ( ) sábio c. ( ) estudioso d. ( ) falador
5. Em: “Sim, agora sabe porque foi ao dicionário…” (par. 30), a expressão em negrito pode ser entendida como:
a. ( ) comprou um dicionário b. ( ) encontrou um dicionário
c. ( ) consultou o dicionário d. ( ) pegou um dicionário
6. A frase: “Não dou o braço a torcer!” (par. 36) pode ser entendida como:
a. ( ) Não gosto de brigar com quem é mais forte do que eu.
b. ( ) Não gosto de discutir sem ter razão.
c. ( ) Não gosto de sofrer dores.
d. ( ) Não me dou por vencido.
7. A frase: “A menina toma a palavra.” (par. 39) pode ser entendida como: A menina…
a. ( ) …pensa no que irá falar. b. ( ) …encontra uma solução.
c. ( ) …começa a falar. d. ( ) …para de pensar.
8. Em: “Pois sim, acode Manduca, muito pesaroso por ter sido o causador involutário de toda aquela discussão…” (par. 42) a palavra em negrito significa que Manduca:
a. ( ) causou a discussão de propósito b. ( ) estava acostumado a causar discussões
c. ( ) não teve a intenção de causar a discussão d. ( ) nunca conseguia causar uma discussão
9. Na frase: “O negociante esperava a deixa.” (par. 46) a expressão em negrito significa que o negociante esperava que:
a. ( ) esquecessem o incidente b. ( ) o chamassem de volta
c. ( ) o deixassem em paz d. ( ) não lhe fizessem mais perguntas
Responda às perguntas comprovando suas respostas com passagens do texto.
10. Quando e onde se passa o episódio?______________________________________________________________
11. Os personagens do texto são: o senhor Rodrigues, Dona Bernardina, Manduca e a menina. Que relação de parentesco há entre eles? ______________________________________________________________________
12. No século XIX, era hábito os esposos se tratarem formalmente como senhor e senhora, em sinal de respeito. Como a história que acabamos de ler se passa em 1890, podemos observar que Dona Bernardina trata o marido de senhor e que o senhor Rodrigues trata a esposa de senhora. No entanto, há momentos em que Dona Bernardina, esquece essa formalidade e trata o marido de você. Quando isso acontece?_____________________________________________________________
13. Manduca não sabe o significado da palavra plebiscito e pergunta ao pai, que parece se admirar do fato do menino desconhecer tal palavra. Dona Bernardina, porém, afirma que ninguém naquela casa – nem o próprio senhor Rodrigues – sabe o seu significado. No texto, lemos que o senhor Rodrigues reclama: “Ninguém, alto lá! Creio que tenho dado provas de não ser nenhum ignorante!” (par. 25). Quem está certo e por quê? _______________________________________________________
14. Diante da pergunta do filho, quais as reações do Senhor Rodrigues?
Primeira reação: _______________________________________________
Depois: ______________________________________________________
15. No auge da discussão, o senhor Rodrigues retira-se para o quarto, onde, “havia o que ele mais precisava naquela ocasião: algumas gotas de água de flor de laranja e um dicionário.”(par. 38). Por que o senhor Rodrigues precisava dessas duas coisas? ______________________________________________________________________
16. Afirmamos que o senhor Rodrigues não soube consultar o dicionário. Você concorda com nossa afirmação? Justifique sua resposta.
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GABARITO:
1.a 2.b 3.b 4.a 5.c 6.d 7.c 8.c 9.b
10. O episódio passa-se em 1980, após o jantar, na casa do senhor Rodrigues. (par. 1 e 2)
11. O senhor Rodrigues é marido de dona Bernardina e Manduca e a menina são filhos do casal. (Par. 4, 5, 8, 40)
12. Quando dona Bernardina discute com o marido, trata-o por você, esquecendo a formalidade. (par. 28)
13. Dona Bernardina é quem está certa, pois o senhor Rodrigues, apesar de negar que desconhece o significado da palavra plebiscito, vai mesmo é procurar ajuda num dicionário. (par. 38)
14. Primeira reação: finge dormir, para não ter que dar uma resposta ao filho. (par. 9)
Depois: não tendo mais como continuar fingindo, recrimina o filho por desconhecer o significado da palavra (par. 19)
15. O senhor Rodrigues precisava de algumas gotas de água de flor de laranja porque esse remédio caseiro, usado geralmente como calmante, poderia dar-lhe a tranquilidade de que necessitava naquela ocasião. Por outro lado, ele precisava do dicionário para procurar o significado da palavra plebiscito.
16. No dicionário encontramos que:
Plebiscito. Do latim plebiscitu. S. m. 1. Na Roma antiga, decreto do povo reunido em comícios. 2. Hoje, resolução submetida à apreciação do povo. 3. Voto do povo, por sim ou não, sobre uma proposta que lhe seja apresentada. |
O senhor Rodrigues, ao consultar o dicionário, verificou que plebiscito é uma lei romana e não compreendeu exatamente o que isso significa nos tempo de hoje. Por isso acusou-a de ser um estrangeirismo que queriam implantar no Brasil. Isso confirma o que dissemos: o senhor Rodrigues não soube consultar o dicionário.
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ANEXO B - GRAU DO SUBSTANTIVO: normal, aumentativo e diminutivo.
Às vezes nos deparamos com coisas que nos espantam pelo seu tamanho, grande ou pequeno. E para expressarmos esse tamanho a quem não viu esse objeto, modificamos as palavras a fim de que tal ideia seja expressa.
Tomando como exemplo o substantivo gato, vamos modificá-lo de modo a exprimir as variações em seu tamanho:
gato: gatão; gato enorme ……………..formas que indicam o aumento do tamanho normal
Gatinho; gato pequeno………………….formas que indicam a diminuição do tamanho normal
As formas gatão/gato enorme e gatinho/gato pequeno correspondem, respectivamente, ao grau aumentativo e diminutivo do substantivo. Então, podemos dizer que são três os graus do substantivo: normal, aumentativo e diminutivo.
Concluimos que:
1. o grau normal exprime o tamanho normal do objeto.
2. o grau aumentativo exprime um aumento do tamanho do ser em relação ao seu tamanho normal.
3. o grau diminutivo exprime um diminuição do tamanho do ser em relação ao seu tamanho normal.
Você deve ter percebido que tanto para o grau aumentativo como para o grau diminutivo há duas possibilidades de variação. Veja:
Para o grau aumentativo:
1. gatão – o radical gat- é acrescido da terminação -ão, que indica aumento
2. gato enorme – o substantivo gato é acompanhado do adjetivo enorme, que indica aumento
Para o grau diminutivo:
1. gatinho – o radical gat- é acrescido da terminação -inho, que indica diminuição
2. gato pequeno – o substantivo gato é acompanhado do adjetivo pequeno, que indica diminuição.
Como você pode ver, na possibilidade nº 1, exprimimos a variação do aumentativo ou diminutivo através de terminações (sufixos) ligadas ao radical da palavra. Essa maneira de expressar o grau do substantivo é conhecida como SINTÉTICA.
Quando se refere ao aumentativo, dizemos que o substantivo está no grau aumentativo sintético; quando se refere ao diminutivo, o substantivo está no grau diminutivo sintético.
Na possibilidade nº 2, o substantivo está acompanhado de um adjetivo cujo sentido indica aumento ou diminuição. Observe que a forma do substantivo não foi alterada. Quem indica o aumento ou diminuição do tamanho do gato é o adjetivo (enorme, pequeno). Conforme o caso, dizemos que o substantivo está no grau aumentativo analítico ou nograu diminutivo analítico.
As terminações (sufixos) mais comuns para a formação do grau aumentativo sintético são:
-aça: barcaça -aço: balaço -alha: muralha -ão: garrafão
-alhão: vagalhão -arão: casarão -zarrão: homenzarrão -ázio: copázio
-eirão: vozeirão -arra: bocarra -ona: mulherona -uça: dentuça
-orra: cabeçorra
Adjetivos mais usados para indicar o grau aumentativo analítico:
Grande: letra grande colossal: pedra colossal
Gigantesco(a): barco gigantesco imenso(a): casa imensa
As terminações (sufixos) mais comuns na formação do grau diminutivo sintético são:
-acho: riacho -ebre: casebre -ejo: lugarejo -eta: saleta
-ete: filete -ico: burrico -im: espadim -inho(a): livrinho
-zinho: irmãozinho -isco: chuvisco -ito(a): cabrita -ola: rapazola
-ote: caixote -ucho: papelucho
Adjetivos mais usados para indicar o grau diminutivo analítico:
Pequeno(a): casa pequena minúsculo(a): carro minúsculo
Ínfimo(a): ideia ínfima mínimo(a): salário mínimo
Exercícios.
1. Sublinhe, nas frases abaixo, os substantivos que se apresentam flexionados em grau, informando se o grau é aumentativo ou diminutivo, sintético ou analítico:
a) Seu corpanzil mal cabia no carrinho de passeio.
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b) Ao avistar a mãe, a garotinha ensaiou um chorinho tímido.
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c) Por gracejo, o molecote rabiscou um enorme bigode no retrato do avô.
_____________________________________________________________
d) O forte da pequena ilha não resistiu ao ataque do inimigo.
_____________________________________________________________
e) Com as mãozinhas no rosto, a garotinha pôs-se a correr.
_____________________________________________________________
2. Com o auxílio das terminações abaixo, forme o aumentativo e diminutivo sintético dos substantivos:
aça, aço, alha, ão, alhão, arão, zarrão, acho, ebre, eco, elho, eta, isco, ico,
eirão, erra, ázio, orra, ona, uça, areu, gão, ada inhola, oca, ote, ela, ucho, im, inha(o), iço.
Substantivos
|
aumentativo
|
diminutivo
|
Boca | ||
Nariz | ||
Copo | ||
Fogo | ||
Cara | ||
Voz | ||
Porta | ||
Casa | ||
Engenho | ||
Espada | ||
Beiço | ||
Sala | ||
Papel | ||
Chuva | ||
Grupo |
______________________________________________________________________
GABARITO:
Questão 1.
a) corpanzil – aumentativo sintético carrinho – diminutivo sintético
b) garotinha, chorinho – diminutivo sintético
c) gracejo, molecote – diminutivo sintético enorme bigode – aumentativo analítico
d) pequena ilha – diminutivo analítico
e) mãozinhas, garotinha – diminutivo sintético
Questão 2.
Substantivos | aumentativo | diminutivo |
Boca | Bocarra, bocona, bocão | boquinha |
Nariz | Narigão | narizinho |
Copo | Copázio, copão | copinho |
Fogo | Fogaréu, | foguinho |
Cara | Caraça, | carinha |
Voz | Vozeirão | vozinha |
Porta | Portão | Portinhola, portinha |
Casa | casona | Casinhola, casinha |
Engenho | Engenhão | engenhoca |
Espada | Espadagão | espadim |
Beiço | Beiçola, beiçorra, beiçudo | beicinho |
Sala | Salão | Saleta, salinha |
Papel | Papelão | Papelucho, papelote |
Chuva | Chuvada, chuvarada | Chuvisco, chuvinha |
Grupo | Grupaço, grupão | Grupinho, grupelho |
___________________________________________________________________________
ANEXO C – MUDANÇA DE SENTIDO DO SUBSTANTIVO NAS FORMAS DO GRAU AUMENTATIVO E DIMINUTIVO
Nem sempre o substantivo, na forma do grau aumentativo e diminutivo sintético, expressa somente a ideia de tamanho. Muitas vezes, juntamente com a ideia de aumento ou diminuição do tamanho do objeto, acrescentamos ideia de desprezo ou afetividade.
Ex: Só poderíamos esperar uma traição por parte daquela mulherzinha!
Mãezinha, posso ficar mais um pouco com você?
No primeiro exemplo, mulherzinha não significa “mulher pequena”. A ideia é de mulher desprezível, sem caráter, em quem não se pode confiar.
No segundo exemplo, mãezinha está significando o afeto, o carinho do filho pela mãe.
Alguns substantivos até perderam o sentido original de aumento ou diminuição, passando a ter outro sentido dentro da língua. Veja:
cartão (carta + ão) = pequeno papel com informações sucintas (não é uma carta grande)
casebre (casa + ebre) = casa pequena e velha, caindo aos pedaços.
cartilha (carta + ilha) = livro que instrue os passos que todos devem seguir, manual
jornaleco (jornal + eco) = jornal sem importância e mal redigido; periódico que não é tido como sério em suas informações.
Para que não tropecemos no manejo da nossa lingua, é necessário estar atento ao verdadeiro significado da palavra. Quando não soubermos exatamente o seu significado devemos nos valer do dicionário e examinar o contexto da frase e assunto onde ela está inserida.
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AUTO-AVALIAÇÃO
1. Sublinhe, nas frases abaixo, os substantivos que se apresentam flexionados em grau, informando se o grau é aumentativo ou diminutivo, sintético ou analítico:
a) Seu corpanzil mal cabia no carrinho de passeio.
_____________________________________________________________
b) Ao avistar a mãe, a garotinha ensaiou um chorinho tímido.
_____________________________________________________________
c) Por gracejo, o molecote rabiscou um enorme bigode no retrato do avô.
_____________________________________________________________
d) O forte da pequena ilha não resistiu ao ataque do inimigo.
_____________________________________________________________
e) Com as mãozinhas no rosto, o garotinha pôs-se a correr.
_____________________________________________________________
2. Com o auxílio das terminações abaixo, forme o aumentativo e diminutivo sintético dos substantivos:
Substantivos | aumentativo | diminutivo |
Boca | ||
Nariz | ||
Copo | ||
Fogo | ||
Cara | ||
Voz | ||
Porta | ||
Casa | ||
Engenho | ||
Espada | ||
Beiço | ||
Sala | ||
Papel | ||
Chuva | ||
Grupo |
_______________________________________________________________
GABARITO:
Questão 1.
a) corpanzil – aumentativo sintético carrinho – diminutivo sintético
b) garotinha, chorinho – diminutivo sintético
c) gracejo, molecote – diminutivo sintético enorme bigode – aumentativo analítico
d) pequena ilha – diminutivo analítico
e) mãozinhas, garotinha – diminutivo sintético
Questão 2.
Substantivos | aumentativo | diminutivo |
Boca | Bocarra, bocona, bocão | boquinha |
Nariz | Narigão | narizinho |
Copo | Copázio, copão | copinho |
Fogo | Fogaréu, | foguinho |
Cara | Caraça, | carinha |
Voz | Vozeirão | vozinha |
Porta | Portão | Portinhola, portinha |
Casa | casona | Casinhola, casinha |
Engenho | Engenhão | engenhoca |
Espada | Espadagão | espadim |
Beiço | Beiçola, beiçorra, beiçudo | beicinho |
Sala | Salão | Saleta, salinha |
Papel | Papelão | Papelucho, papelote |
Chuva | Chuvada, chuvarada | Chuvisco, chuvinha |
Grupo | Grupaço, grupão | Grupinho, grupelho |
Atribua 2 pontos para cada resposta correta. Parabéns para você, se alcançou 80 pontos. Pode ir em frente. Mas, se isso não aconteceu, reestude o módulo.
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LEITURA SUPLEMENTAR
PUDOR
(VERÍSSIMO, Luiz Fernando. Comédias Para se Ler na Escola. Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2001)
Certas palavras nos dão a impressão de que voam, ao saírem da boca. “Sílfide”, por exemplo. É dizer “sílfide” e ficar vendo suas evoluções no ar, como as de uma borboleta. Não tem nada a ver com o que a palavra significa. “Sílfide”, eu sei, é o feminino de “silfo”,o espírito do ar, e quer mesmo dizer uma coisa diáfana, leve, borboleteante. Mas experimente dizer “silfo”. Não voou, certo? Ao contrário da sua mulher, “silfo” não voa. Tem o alcance máximo de uma cuspida. “Silfo”, zupt, plof. A próprio palavra “borboleta” não voa, ou voa mal. Bate as asas, tenta se manter aérea mas choca-se contra a parede. Sempre achei que a palavra mais bonita da língua portuguesa é “sobrancelha”. Esta não voa, mas paira no ar, como a neblina das manhãs até ser desmanchada pelo sol. Já a terrível palavra “seborréia” escorre pelos cantos da boca e pinga no tapete.
“Trilhão” era uma palavra pouco usada, antigamente. Uma pessoa podia nascer e morrer sem jamais ouvir a palavra “trilhão”, ou só ouvi-la em vagas especulações sobre as estrelas do Universo. O “trilhão” ficava um pouco antes do infinito. Dizia-se “trilhão” em vez de dizer “incalculável” ou “sei lá”. Certa vez (autobiografia) tive de responder a uma questão de Geografia no colégio. Naquele tempo a pior coisa do mundo era ser chamado a responder qualquer coisa no colégio. De pé, na frente dos outros e – o pior de tudo – em voz alta. Depois descobri que existem coisas piores, como a miséria, a morte e a comida inglesa. Mas naquela época o pior era aquilo. “Senhor Veríssimo!” Era eu. Era irremediavelmente eu. “Responda, qual é a população da China?” Eu não sabia. Estava de pé, na frente dos outros, e tinha que dizer em voz alta o que não sabia. Qual era a população da China? Com algum presença de espírito eu poderia dizer: “A senhora quer dizer neste exato momento?”, dando a entender que, como o que mais acontece na China é nascer gente, uma resposta exata seria impossível. Mas meu espírito não estava ali. Meu espírito ainda estava em casa, dormindo. “Então senhor Veríssimo, qual é a população da China?” E eu respondi:
- Numerosa.
Ganhei zero, claro. Mas “trilhão”, entende, era sinônimo de “numeroso”. Não era um número, era uma generalização. Você dizia “trilhão” e a palavra subia como um balão desamarrado, não dava tempo nem de ver a sua cor. E hoje não passa dia em que não se ouve falar em trilhões. O “trilhão” vai, aos poucos, se tornando nosso íntimo. É o mais novo personagem da nossa aflição. Quantos zeros tem um trilhão? Doze, acertei? Se os zeros fossem pneus, o trilhão seria uma jamanta daquelas de carregar gerador para usina atômica parada. Felizmente vem aí uma reforma e outra moeda, com menos zeros e mais respeito. Senão chegaríamos à desmoralização completa.
- E o troco do meu tri?
- Serve uma bala?
Desconfio que o que apressará a reforma é a iminência do quatrilhão. “Quatrilhão” é pior que “seborréia”. Depois de dizer “quatrilhão” você tem que pular para trás, senão ele esmaga os seus pés. E “quatrilhão” não é como, por exemplo, “otorrino”, que cai no chão e corre para um canto. “Quatrilhão” cai, pesadamente, no chão e fica. Você tenta juntar a palavra do chão e ela quebra. Tenta remontá-la – fica “trãoliqua” e sobra o agá. A mente humana, ou pelo menos a mente brasileira, não está preparada para o “quatrilhão”. As futuras gerações precisam ser protegidas do “quatrilhão”. As reformas monetárias, quando vêm, são sempre para acomodar as máquinas calculadoras e o nosso senso do ridículo, já que caem os zeros mas nada, realmente, muda. A próxima reforma seria a primeira motivada, também, por um pudor linguístico. No momento em que o “quatrilhão” se instalasse no nosso vocabulário cotidiano, mesmo que fosse só para descrever a dívida interna, alguma coisa se romperia na alma brasileira. Seria o caos.
E “caos”, você sabe. É uma palavra chiclé-balão. Pode explodir na nossa cara.
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